13.6.08

Coisas que não chegam a ser música



"Não choro a perda da minha infância; choro que tudo, e nele a minha infância, se perca. É a fuga abstracta do tempo - que é meu, que me dói no cérebro físico pela recorrência repetida, involuntária, das escalas do piano lá de cima, terrivelmente anónimo e longínquo. É todo o mistério de que nada dura que martela repetidamente coisas que não chegam a ser música, mas são saudade, no fundo absurdo da minha recordação."

Fernando Pessoa nasceu há 120 anos, hoje.